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Os biosferanos
DIRCEU DETROZ

Pelos planos da NASA, um representante da raça humana voltará a pisar o solo lunar na próxima década. Desta vez, trabalha-se para que seja uma mulher. As candidatas escolhidas já estão em treinamentos. Com a suposta existência de água em nosso satélite, a ficção de colônias com humanos morando na Lua voltou a fazer parte não apenas do imaginário. Foi destaque na mídia.

É compreensível. A ficção tem essa capacidade. Com muita facilidade cria heróis e possiblidades. Foi assim com o personagem Mark Watney sobrevivendo da sua plantação de batatas em “Perdido em Marte” até o resgate chegar.

Para que um humano possa sobreviver num ambiente hostil fora do nosso planeta, a tecnologia terá dois grandes desafios. Não será o bastante alterar a nossa capacidade física. A mente humana terá de ser alterada completamente. Esta será a grande barreira.

Em algumas mídias de streaming já pode ser assistido o documentário “Missão Planeta Terra. O grande projeto que tinha por objetivo a colonização do espaço Os oito humanos que viveram por dois anos presos dentro de uma redoma de vidro no deserto do Arizona chamada de Biosfera 2. A revista Discover chegou a compará-la com à conquista da Lua. No fim, revelou-se um grande fracasso. Uma esfera de mentiras que custou 150 milhões de dólares.

A tentativa era criar um clone do planeta com os seus cinco ecossistemas em miniatura: deserto, oceano, floresta tropical, savana e pântano. Além dos humanos, 3.800 espécies entre animais e plantas também foram trancadas. O local transformou em ponto turístico. Uma representação do “Jardim do Éden”.

Os oito humanos viveriam do que plantassem. Reciclariam a água, os dejetos e até o ar. Fosse um sucesso, seria o protótipo de uma futura colônia humana em Marte. Só que nenhum dos oito era um Mark Watney. Eles cumpriam os dois anos de isolamento, porém, se estivessem em Marte estariam mortos. Foi preciso remover o gás carbônico e de maneira clandestina para que ninguém soubesse, injetaram ar fresco e comida para dentro da redoma. Na Lua não se permite o “jeitinho”. Nem em Marte.

Com o fracasso das plantações a fome chegou. Só o cultivo da banana se mostrou bem-sucedido. Entre as receitas com bananas, tentou-se sem sucesso produzir vinho. O principal motivo de brigas foi por escassez de comida. A falta de ar atacou os “biosferanos”. Aliada a perda de peso, deixou-os expostos a danos cerebrais.

Os ecossistemas sofreram modificações. Um matagal de arbustos engoliu o deserto. Com exceção de duas, não se sabe o que houve com as 3.800 espécies colocadas na redoma. Deram-se bem as baratas e as formigas. Pragas passeando pela cozinha. Um cemitério será o destino de uma colônia humana em Marte.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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