Eles dizem: seja você mesmo para ser feliz.
- [ ] Eles procuram ser eles mesmos o tempo inteiro, dobrando e desdobrando versões de si próprio para se definir. Dobrando vontades, desdobrando novos hobbies. Disfarçada de infinitas possibilidades, a sociedade esconde sua verdadeira face limitadora, com distrações prontas que cativam verdadeiramente pouco mais que 10% do seu público. E o resto? Bem, o resto busca se encaixar, ser delimitado. Poder dizer algo sobre si ao ser questionado, afinal, uma mentira é menos constrangedora que o silêncio.
- [ ] No entanto, tal mentira corrói a alma e esconde as infinitas possibilidades do ser. A procura por si é árdua, porém conviver com a desistência é sufocante. Não sei quem eu sou. Não sei se sou capaz de descobrir um dia. Não sei se os que dizem saber mentem, se alguns mentem ou se alguém realmente sabe. Porém sigo buscando no fundo da minha mente a verdade, pois onde mais estaria se não em mim? Essa é uma pergunta sincera, eu mesma não sei. Posso estar procurando no lugar errado também e tantas possibilidades duvidosas afligem-me, mas o caminho é reconfortante.
- [ ] Não falo da busca incansável e viciosa por descobrir quem é, mas o flerte com si próprio, aquele primeiro olhar, o tocar de mãos frias de nervoso, ah... a construção de uma nova paixão. Paixão por algo desconhecido, o eu, que nem eu consigo explicar, mas foi feito exatamente pra mim e, como qualquer relacionamento, é um enigma que revigora a alma e basta descobrir como manter a chama acesa.
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