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Apertando os olhos
para ver melhor,
surda de um ouvido,
envelheci.
E cheia de dias,
amigos convidei.
E eles vieram visitar-me,
e sentaram-se comigo
à mesa, em minha casa.
E falamos sobre nada.
O nada nos era muito.
O perfeito nada.
Mas não nos queixamos, não.
Aquilo que fomos já não existia.
Aquilo que éramos existia!
Aquilo que haveríamos de ser...
Sem garantias.
Um silêncio tão completo!
Naquele dia,
o das lembranças,
não pequei meu desejável amigo!
Nem disse a palavra que irei chorar.
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