Criei um império, se é que posso chamar de império algo que me trouxe tantas ruínas, se bem que alguns dos maiores reinados, hoje são apenas histórias. Eu poderia reconstruir minha história? Mas reconstruir do que? Para quê? E por quê?
O império do qual eu falo não foi tão cheio de glória, me sentia impossível, incomparável, eu era confiante e achava o máximo. Isso me trazia uma imagem própria de suficiência para outras pessoas, eu era ambicioso e queria mostrar suficiência para mais mulheres possíveis e não percebia que sempre havia uma anterior que eu deixava rastros para trás aos quais não eram bons.
Tive decepções e com o tempo o desapego me pareceu a solução mais óbvia, isso me “preenchia”, mas não preenchia outras pessoas, cá entre nós, elas nunca estão preparadas para desviver algo que talvez tenha sido intenso ou no mínimo das hipóteses, bom.
A ruína em que eu me encontro hoje, não é falta de opções, não é solidão e muito menos arrependimento. É exatamente por ter tantas perto, mas não ter nem uma comigo. Amizades femininas? Não tenho! Sempre haverá segundas intensões.
O que hoje realmente me deixa em ruínas, é a minha insuficiência em poder fazer o certo, força de vontade? Tenho! Mas autoridade, confiança e moral, talvez se perderam junto com o tal império.
Agora sabem o que preciso reconstruir e para que. Não é um processo simples, são decisões difíceis. Mas é algo necessário para que eu venha erguer não um império, mas uma suficiência concreta e não abstrata.
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