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Inexistência
Alice Silva

Tudo era igual
Nada será diferente
Contigo ou não, aqui.

As ruas permanecerão
Movimentadas, ou não
Mesmo que tenhas embarcado
Para outra estação.

Todos, sem exceção
Continuarão ocupados
Consigo mesmos
Mudando apenas o foco,
Da discussão..

Tu és a folha
Que cai, sem ser notada,
Pois não percebem a ti,
Mas o que com tua queda
Vêem brotar em si..

Tua vida é como tantas,
Iguais, sem deixar nenhuma Herança,
Não tens nenhuma missão,
Senão a família, o lazer, o trabalho e a decomposição.

Se no fim ninguém te olha
Pra quem estás a apresentar
A peça de teus dias,
O produto do teu labutar?

Para poucos tens importância,
Mas sempre existiu a distância,
Que faz com que percas a relevância,
Pois também eles pensam logo em seu melhor..

No fim desejas ser olhado,
Mas existe aqui,
Olhar que não esteja vidrado
Em provar para si mesmo seu valor?

a ideia de indivíduo te aniquila?
a ausência de uma fonte
Que sacie te matou?
É um inferno teres olhos
E não existir a luz!

Pra que vida se há morte?
Se com ela tu se esvais?
Teres mão sem teres força,
É ter azar, tristeza e ais!

Imagine sentir fome
E não existir o que comer..
Mas...a ausência imediata
Não revela inexistência..

Inexistência, inexistência
É o desejo incapaz de possuír.
É a total da insana incongruência.


Biografia:
Alice Silva, 21 anos, cantar, ler e escrever, são como respirar.
Número de vezes que este texto foi lido: 61651


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