Sobre a noite e a ciência
Cães enjaulados latem por trás das grades, Um latido de dor e sofrimento pelo espaço roubado, Já não é noite.
Para alem do ferro frio perfilado A luz ergue-se do leste e afugenta o escuro, Começa o dia na cidade.
Monotonia caótica se instala; As avenidas vomitam movimento e ruídos, A névoa escura de líquidos carbonizados Tinge a pleura de pó preto.
No despertar de um novo e longo dia, O fogo que trouxe a luz, Alimenta sem sustar a grande cabeça racional.
A luz corre para oeste, O espaço é infinito. O cão se alimenta de ciência Nos fundos de sua jaula.
A terra já não é plana, Mas a luz que afugenta a noite Torna o dia cáustico.
Gladyston Costa
|