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O escravo africano viajou
E aportou seu navio negreiro
Desceu aqui para plantar.
No solo brasileiro
Viu o caule dela brotar.
O capim perenial
O negro escravo viu nascer.
Planta no canavial
Semeou para crescer.
Vinda lá do estrangeiro
Saborosa e arraigada
Nesta terra cultivada
no campo fez o florescer.
Na moagem da moenda
Trouxe a dor e o capital.
Desfolhada e lavada
Era forma a usual.
O suco, esverdeada,
Africanavial
Cana-de-açúcar
Conhecido por garapa.
Jorrava ao natural
Mel melado a fervilhar;
Sobre o fogo da fornalha
O vapor da azulada.
Na pele escura e maltratada
Caia tão ardente
Na dor da ferida aberta
Pingava e curava
Para o negro se alegrar
Bebia da bebida sagrada
A marvada aguardente
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