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Demorou um certo tempo para que notas notássemos, talvez tivesse sido apenas por insistência ou por pura inocência, acontece que não foi justo, com nenhum de nós. Faz dias que venho tentando me convencer de que estou errado, passando noites em claro sentado de frente pra essa folha de papel em branco, na vã esperança de pôr em palavras o que eu sinto.
Porém sempre me deparo na mesma pergunta.
O que eu sinto? É inegável que você sempre causou em mim um certo efeito entorpecente, e eu sempre fui propenso a vícios. Lembro-me que prometi parar de fumar.
Promessas. Está aí algo que verdadeiramente fomos, um emaranhado de planos para futuro, a viagem para o sul que faríamos no próximo inverno, a corrida no parque que sempre adiávamos para próxima segunda, da mudança para o meu apartamento…
No fim as promessas se mostraram apenas isso - promessas - fantasias de um casal que se dizia apaixonado.
Tivemos de tudo um pouco, cumplicidade, tesão, paranoias, amizade - me lembro de você dizer que estava disposta a seguir com esta em específico, você sempre foi um ser humano mais evoluído que eu, mas me perdoe se no momento eu não consigo ficar próximo a você, convivendo com a sombra daquilo que quase fomos -.
Sinto muito não ter sido o amor que você merece, e eu nunca vou te culpar por você não ter sido o meu, nunca foi por falta de tentativa,
O problema é que das inúmeras coisas que tivemos, o amor nunca foi uma delas.
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