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OS OUTROS
Crônicas d'Anteontem
Ricardo Cunha Costa

OS OUTROS

Sim, agora que estamos apenas nós aqui, podemos falar d'eles: Coitados, tão estúpidos... tão simplórios... tão idiotas... Nós, que não somos como eles, é que sabemos a verdade! Como eles não sabem? Quando vão se calar e fingir que concordam conosco? Afinal, temos méritos intelectuais inquestionáveis e sistemas filosóficos inteiros! E eles, oras!...

Quem eles pensam que são? Eles pensam? Doutrinados que foram para repetir frases feitas e acreditar em historinhas infundadas!... Ao contrário de nós, que temos verdades sólidas e perfeitas, mas, justamente por isso, universais: Servem para tudo e todos! Ai d'aqueles que não entendem!... Como podem se cegar diante dos factos que elencamos e, sobretudo, da força de nossas convicções?! Até quando serão escravos de ideias alheias? Até quando se submeterão às ideologias apressadas ou aos maniqueísmos primários que seus líderes vociferam continuamente?! A propósito, seus líderes: Que ridículos! Matéria para caricaturas! Contradições ambulantes, tangem feito gado a massa buliçosa...

Que espetáculo patético! Quanta manipulação interessante-interesseira! Quantos pseudo-pensadores!!!

Os outros estão lá e nós aqui. Entre iguais, falamos e somos compreendidos: Todos como um! Democracia?! O exaustivo debate com quem só escuta a si mesmo e contra-argumenta lugares comuns me esgota: Falar, discutir, parlamentar... É inútil! Muito mais produtivo impor nosso ponto de vista e eliminar as contradições; internas ou externas.

O curioso é que, saindo d'aqui, nos misturamos... Na multidão da metrópole, parecemos todos iguais: As cores simbólicas dão lugar às roupas do dia a dia. Difícil dizer quem é isto ou aquilo: Coexistimos.

E, embora não concordemos em quase nada, nossa humanidade nos exige ao menos a consciência de nosso destino comum, isto é, a morte. Ah, que excepcional a condição humana... Não basta aos homens morrer: É preciso viver tendo consciência de quão breve pode ser a vida!...

Talvez não sejamos, nós e os outros, tão diferentes assim.

Mas, o que estou dizendo? Onde estão os nossos princípios? Onde estão os nossos hinos e bandeiras? Onde as nossas palavras de ordem! Não devemos baixar a guarda jamais!

Pelas palavras ou pela força, venceremos!

(Mesmo que vitória provisória à espera da próximo entrevero...).

Betim - 15 04 2018


Biografia:
Escrevo. Gosto de escrever. Se sou escritor ou poeta, eu deixo para o leitor ponderar.
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Poesias O MONGE E A SERPENTE Ricardo Cunha Costa

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Publicações de número 41 até 41 de um total de 41.


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