Declarei greve
ao amor mandei um breve
bilhete:
se água não me deres morrerei de sede...

Supus que me atenderia
como faz o dia
quando a noite avança
e lhe diz:
amanhã serás nova criança...

Amarrei-me a uma árvore
e esperei o fruto sobre minha cabeça
para ter a certeza
da gravidade do ato:
o amor não é comida
não se põe no prato...

Fui pela estrada dos solitários
e me deparei com uma caverna escura
onde estava um relicário
onde rezei orações que duram
enquanto os olhos fechava devagar;
o amor me disse:
esvazie teu coração
para poderes de novo amar...

Outros títulos do mesmo autor