Em Évora nocturna há um cantar
Que paira pela fria madrugada
É dolente, solitário esse penar
Que só finda em cada alvorada.
Voz tristonha, voz plangente ...
... que o fado acolhe - quem nos dera,
Nas ruas da cidade não há gente
Que não vá à casa da Severa!
Bem as vivo, essas noites de fadário,
De quem lá vai buscar pro seu calvário
A esperança de sorrir antes de ir embora.
Soa a voz dos crentes! Da vida deserdados!
Pobres almas, fadistas desgarrados,
Sem céu, sem chão, sem alvorada.
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