Além da esperança,
Os olhos fitam o espaço,
Assombrados por seus medos,
Imensos rochedos carcéres,
Em seus rituais concebidos.
A imortalidade aprisionada,
Beija a humanidade atormentada,
Absorta em suas aflições,
Poderoso abismo de paixões,
Cuja castidade feneceu chorosa.
Vão-se os hérois em suas amarguras,
Desfilando suas covas mortais,
Abrigado em suas muralhas de vento,
Sepultados antes de nascer,
Nas memórias póstumas dissolutas.
Tantos deuses neste céu diáfano,
Sentados em seus tronos infernais,
Enfastiados de súplicas sangrentas,
Em seus risos pérfidos,
Irônico veneno de asas flamejantes.
Tenebrosa subversão,
Côro de almas confessas,
Procissões pregressas,
Em suas pegadas sujas,
Dolente escárnio Divino.
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