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Viemos de muito longe para que tudo seja tão pouco,
o nosso destino entregue em mãos de loucos,
nosso mapa desenhado por piratas,
nossos sonhos perdidos na mata,
índios que fomos, que não somos,
que seremos em busca de curare,
veneno que nos salve ou nos acabe,
viemos de muitas estrelas que voam ao redor de sóis,
viemos para sermos o brilho constante, o eu em nós...
Aqui, separados por muros e geleiras de desconfiança,
apartamos nosso gado, apartamos nossas crianças,
abrimos a janela quando o vizinho não vê,
voamos sem que eles possam perceber...
Não muito distante o futuro nos espera,
talvez de outra forma, em outra esfera,
só assim compreenderemos nossa raça,
nossos estigmas, diferentes carcaças,
só assim, olhos nos olhos,
revelaremos sentimentos,
o eu em nós,
por fora,
por dentro...
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