Estorve meu corpo caído ao chão!
Coloque algum estímulo em minha mente.
Faça-me querer encher o coração
Com toda a sua inquietude descrente.
Derrame um pouco do absurdo caos
Em minha pequena e opaca consciência.
Faça-me ignorar os heróis dos nãos,
Ensina-me a tratá-los com displicência.
Segure minha mão e arranca-me do centro
Da minha espiral de preguiça e covardia.
Agite as ondas de vida no meu hipocentro,
Arrase as minhas verdades com a sua ousadia.
Afague meus cabelos ainda molhados.
Mostre-me que a pureza é flor ilusória,
Mostre-me que não somos mais abobados.
Aqui e lá fora, tudo é matéria transitória.
Deixe-me pousar, exausto, em seus seios
Depois de um dia de trabalho tenso e árduo.
E talvez, calmo, eu possa encontrar os meios
Para manter o meu espírito solto e assíduo.
No fim, deite-me em grama verde carnuda.
Absurdamente longe de tudo e de todos.
Ao pé de uma majestosa Maria barriguda,
Dormirei feliz, o sono de todos os mundos.
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