Haverá um dezembro para esquecermos
outonos perdidos e maios sem rosas,
estradas impossíveis,
riscos desnecessários,
haverá uma mesa posta para os amigos,
pão feito em cada, doces, mamão, figo,
abraços de aconchego, esquecidos medos,
um riacho que passa acenando no quintal,
haverá mistérios e possíveis soluções...
Quem diria que as bruxas do mal se iriam,
os sinos das catedrais esculpidas no ar soariam,
anjos a pé atravessando planícies colhendo,
mãos se dando, lábios se encostando,
um tipo de felicidade só sendo possível
por que construída por corações sinceros,
ninguém talvez acreditasse no pacífico
fim das guerras, no querer o armistício,
ninguém imaginou que alguém diria:
haverá um tempo para as aves voarem no céu
cravejado por estrelas e seus raios
que iluminam a terra depois da tempestade...
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