A razão de estarmos possuídos
pelos belos olhos da juventude cibernética,
que a todos torna mecanicamente instruídos,
é que somos confusas almas dialéticas
dentro deste laboratório constituído
de viciados em invenções peripatéticas...
Dê ao homem caneta e papel
e ele inventará o pau-de-sebo
e um pequeno avião rumo ao céu
enquanto lambe os dedos...
Não peça ao moderno mamífero
um poema de completude ampla,
nem a ele a criação de algoritmo
e nem uma soberba cabeça sem tampa...
Perceba que está em estado virtual
a procurar em seu cérebro o campo de pouso
onde possa deitar seu sonho animal
de gozar eletricamente sem gozo...
Você, que conheceu as pegadas do passado,
que sonhou de fato um futuro impecável,
há de entender que vivestes no mato
onde não havia nem um rato viável...
Aceite, entenda, participe, viaje,
se desprenda da armadura colonial,
não se negue, use, abuse, se encaixe
no novo zoológico anímico, fenomenal...
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