sem métrica ou simétrica da estética
lá vai o poeta na prática de sua ética.
dê-lhe um martelo e alguns pregos,
pra afixar no papel a ideia-menestrel.
ou uma pipa com volumoso carretel,
e verá sua poesia esvoaçar os céus.
carpintejar seus ideais na anomalia
dum carnaval astral relegado à folia.
canivete de aço e um pedaço de pau
piúca para fundir em sinuca sua velha
cuca, pois, o poeta vai esculpir seus
versos transversos na transversal
madeira, queira ou não queira,
a musa faz à sua maneira
e jamais o acusa
de não fiar
em sua
fiúza.
esse poeta pode até ser de Siracusa
para que sua rima não fique escusa,
bebericando do melhor vinho o qual
faz Baco largar o taco e dar seu aval.
jbcampos
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