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Do Dia Em Que Morri
Willians de Matos Flores

Foi do jeito que eu esperava. No funeral, todos os presentes tiveram que escrever os melhores poemas de sua vida, mesmo que nunca tivessem escrito nem os piores. Após cerca de três horas de dedicada composição poética, os poemas foram todos jogados sobre meu corpo, a ponto de o cobrirem. O barquinho onde estava foi empurrado para o mar das 18h. Mais tarde que isso ficaria escuro, e eu sentiria medo. Em chamas, fomos ganhando horizonte, contraste de fogo, mar e quase noite, que transformou o pranto dos outros em um deslumbre tímido, delicado. Coisa linda. E todos voltaram para suas vidas pensando nos poemas que fizeram, e que perderam. “Foi isso que ele quis dizer com a morte”, pensaram todos, “a vida é coisa que nos esforçamos pra que seja bela, mas uma hora a perdemos.” Com o ir dos dias, foram escrevendo outros e outros poemas, e então pensaram, “na verdade, foi isso que ele quis dizer com a morte, a vida é coisa que só parece estar perdida, mas que continua em outros versos, outras vidas”.


Biografia:
Assim que sou ingerido pelo organismo poético do outro, vou causando nele meus sintomas, uma vertigem passageira nos olhos, um eco profundo no peito, e um grito que se esvai sem gritar. Porque escrever é quietar-se e quietar ao outro. FACEBOOK: https://www.facebook.com/willians.matos
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Publicações de número 11 até 13 de um total de 13.


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