Olho para mim e não me vejo...
Sortilégio?
Não...escorreguei no chão encerado
e quebrei o espelho,
como a mim, tão velho...
Apanho os cacos e os junto
como se possível fosse
ver o que se passou
a instantes idos
depois que quebrei o vidro...
A forma se muda,
já não sei o que sou
nem o que serei,
eu,
que sonhei impossibilidades,
quis ser rei...
O que se parte partido está,
nos cacos espalhados
um dia hei de me achar...
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