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O Corvo.
ronei de jesus


Primeira Parte.
"...Meu nome é Jim Cavezell.Estamos no ano de 1989.Os fatos narrados a seguir implicam no desfecho que levara minha vida depois de um inesperado presente que recebi. "
   Era uma tarde calma de outono. Eu chegava em casa depois de um dia de cão no trabalho. Só pensava agora na minha cama e num jantar que me satisfizesse.
   Cheguei ao portão e depois de atravessá-lo deparei-me com um embrulho negro sobre o primeiro patamar da escada. Surpreso, olhei para o objeto e o examinei.
   Parecia um tipo de caixa, mas quanto ao que guardava eu não fazia ideia do que fosse. Apanhei-o e entrei em casa. Logo descobri que dentro da caixa havia uma gaiola, e nesta um pássaro, tão negro quanto a noite, estava imóvel, feito pedra.
   Parecia um tipo de corvo, a julgar pelo tamanho e plumagem. O que era estranho;pois quem, em sua sanidade perfeita teria um corvo como animal de estimação? E o mais curioso:quem teria deixado tal embrulho na minha casa, e com qual finalidade?
   Vasculhei a caixa e a gaiola à procura de qualquer cartão ou bilhete, mas nada encontrei. Por fim, sem saber o que fazer no momento e cansado como estava, esqueci o pássaro e o ocorrido por um tempo e pus-me a tratar do jantar.
   No dia seguinte, quase já havia me esquecido do novo hóspede, ma antes fé de sair fui dar-lhe uma olhada, e foi apenas nesse momento que notei a falta de comida na gaiola.
   Mas o que será que um corvo come? Sem encontrar a resposta, depositei um pedaço de carne e uma vasilha de água na gaiola, depois aprontei-me para sair. Antes, porém disso acontecer, a criatura lancou-me um olhar sinistro por debaixo das penas negras, causando-me um frio espectral na espinha. Seus olhos por um instante se acenderam como brasa no centro de um globo negro, tão intensos em agudez a ponto de me ipenotizarem por alguns segundos, nos quais eu enxergava apenas o reflexo da minha figura assombrada.
   Ainda com dificuldade em me disvensilhar daqueles espelhos agourentos,que operaram em mim algo que eu jamais sentira, como uma mistura de medo e interesse súbito;interesse por algo que eu sabia estar além da realidade, como um sonho remoto e esquecido, dei as costas para a ave e atavessei a porta.
   Quando cheguei em casa, os suprimentos que eu pora na gaiola ainda estavam intactos,nem mesmo a água esvaziara uma só gota da sua quantidade. Isso me desconfortou um pouco, e sem muito pensar resolvi soltar a ave.
   Pus a gaiola na janela e deixei a porta aberta. Insentivei o pássaro a deixa-la,mas este continuava imóvel. Então, depois de muitas tentativas o abandonei nesta mesa posição. Quando lhe desse na teia de ir embora que assim o fizesse.
   Passou-se, porém longos dias sem que isso acontecesse, e nestes dias minha vida se transformou num inferno. Tudo começou um dia depois da minha tentativa de soltá-lo. Acordei uma noite com barulhos estranhos que me chegavam aos ouvidos como sussurros longínquos. Milhares de vozes pareciam invadir minha casa, todas falando, - ou como disse, sussurrando ao mesmo tempo,eco ando na minha mente como um coro inquietante, mas que felizmente foram silenciando momentos depois de eu abrir os olhos, até que cessaram por completo, fazendo-me,na manhã seguinte pensar se tudo não passara de um sonho.
   Se fora um sonho, então ele se repetira várias vezes. A diferença era que a cada noite os chiados ficavam mais fortes e próximos, dando a parecer que iam me engolir, causando-me calafrios semelhantes aquele que eu sentira naquela manhã ao encarar o corvo;o que não me deixava nada confortável.
   Acordei novamente numa noite, especialmente fria. Mas dessa vez o que me incomodara fora um crocitar incessante da ave;enfim quebrara seu silêncio - pensei comigo mesmo. Levantei sonolento e fui até a o tagarela. Qual foi a minha surpresa quando encontrei a gaiola completamente vazia.


Biografia:

Este texto é administrado por: turin turambar.
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