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Á Qualquer Preço
Pode haver um preço para o prazer?
Wellington Almeida

Resumo:
Richard Lorenzo é um rapaz de 21 anos que foi expulso de casa por não ter relações com as mulheres de um bordel, por isso ele arrumou um emprego diferente de todas suas expectativas. Mas há uma pergunta: pode haver um preço para o prazer?

Olhei furioso para o chão, disposto a me levantar e sair dali a qualquer momento. O que meu pai estava pensando agora? Estava disposto a fazer com que eu fosse ‘’homem’’ á força? Era esse mesmo seu plano absurdo?

Se fosse, eu realmente não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando. Havia na sala, quatro prostitutas prontas para o abate, prontas para fazer-me ser homem.

– Escolha! – Ordenou meu pai. – Qualquer dessas raparigas aí serve. Simplesmente escolha!

– Já disse que não é necessário. Sou homem meu pai. Macho. – Eu disse olhando severamente para ele.

– Eu digo o que é e o que não é necessário Richard! Leve alguma para o quarto e deite-se com ela. Prove.
Meu pai estava perdendo o juízo. Parecia que não conhecia mais seu filho.

– Não! – Eu disse por fim.

O silencio no cômodo era tão grande que uma das mulheres olhou rapidamente para mim e desviou o olhar assim que percebeu que eu também a olhava.

– Suas malas já estavam prontas, caso essa fosse á resposta. Pegue-as e suma daqui, imediatamente! Não vou alimentar em minha casa um filho marica.

Senti meu rosto esquentar.

– Pois bem meu pai. Irei agora mesmo embora. Desta casa não levarei si quer uma muda de roupa.

A verdade, a dura verdade, era que eu não tinha para onde ir. Eu estava sem teto. Mas mesmo assim peguei alguns dos meus reais pertences – aqueles que eram de fato meus e os coloquei em uma mala, dada por mim avó e partir para a vida de mendigo.

Para piorar, estava chovendo. E para dificultar as coisas ainda mais minha mãe estava aos prantos.

Antes que eu pudesse cruzar o portão minha mãe
alcançou-me e segurou firmemente em minhas mãos.

– Seu pai vai mudar de ideia. O que ele está fazendo é um absurdo sem tamanho, meu filho! - Minha mãe, embora já soubesse que minha resposta naquele momento fosse o não ela já chorara muito, estava com os olhos profundos.


Quando já estava longe, perguntei-me o que iria fazer agora.
Minhas respostas não eram nem um pouco positivas. Eram catastróficas.

No centro da cidade que, diga-se de passagem, era pequena, observei minhas opções. Padaria, sapataria... Farmácia... As opções eram poucas.
Olhei para os dois lados, e me perdi completamente. Eu perdera minha identidade. Quem eu era. Quem um dia fui.

– Hein, mocinho? – perguntou uma voz de mulher.
Virei meu rosto para onde a voz estava.

– Eu? – Perguntei intrigado.

– Ora, mas é claro que é você que estou chamando! Está vendo outro moço ao meu redor?
Corrigi minha postura, firmei meus olhos na moça e disse:

– Sim, com o quê posso ajudar? – Eu disse
sorrindo.

– Tenho um emprego para você, se isso lhe interessar. – Ela disse sorrindo também, como se eu estivesse á pouco lhe contando uma piada.

– Como sabe que preciso de trabalho? – Perguntei fitando seus olhos que estavam semicerrados por causa da chuva fraca.

– Primeiro saía da chuva, depois eu conto. – Ela disse.

Sentamos em um banco debaixo de dois guarda-chuvas.

– Qual é o emprego? – Eu disse olhando-a com hesitação.

Ela não disse nada simplesmente preferiu ser prática. Apontou para uma construção envelhecida com o tempo, mas que sustentava ares de luxo.
Na grande placa iluminada estava escrito: ‘’ Casa De Bonecas’’.

A placa se referia a um bordel. Lá na sua maioria, eram mulheres que vendiam seu corpo. Mas havia homens também.

Recuei um pouco, tanto da moça desconhecida, quanto da proposta. No entanto os olhos da moça eram claros o suficiente para mim.

Qual opção eu tinha? Passar fome, morrer por estar passando fome. Frio, sem dinheiro algum e sem teto. Ótima posição eu estava me colocando. Um mendigo com orgulho. Talvez nem orgulho me restasse nesse pequeno espaço de tempo.


– Tudo bem. Eu aceito. – Eu disse determinado.

– Ótima escolha! Mas a propósito, qual é seu nome? – Ela perguntou iluminada de felicidade.

– Me chamo Richard. E a senhorita?

– Obrigada pela gentileza de chamar-me de
Senhorita, ao invés de puta. Ou de quenga.

– Hein? – Perguntei sem entender.

– Não sou valorizada mais. Nesta cidade os homens só nos enxergam como putas ou quengas.

Mas quando estão nos lençóis conosco, chamam a gente de linda, maravilhosa e ate mesmo de senhorita.

– Não sou assim, o respeito deve ser cultivado e
essencialmente praticado para qualquer um.

– Mas mesmo assim obrigada!

Agradecemos um ao outro com um breve aperto de mãos.

– Agora eu preciso te arrumar. Do jeito que está nenhuma senhora ou senhorita olhará para você. – Ela disse nitidamente impaciente.


– Me arrumar? – Perguntei em pânico.

Ela segurou firme meu pulso enquanto me arrastava literalmente para a grande casa. O meu destino era dar prazer para outras mulheres? Que ironia.


Quando meu pai me obrigou a transar com aquelas prostitutas não pensei que um dia estaria no lugar delas. Na verdade, se eu estivesse a fim de ficar no conforto das ordens do meu pai, teria transado sem problemas com qualquer das moças. O problema é que não fui criado por minha mãe dessa forma. Mulheres foram criadas para serem feitas felizes e não usadas como algo descartável.

Eu não havia perguntado ainda o nome de minha recruta, mas ela sabia o meu nome. Tanto que ficou um tempo cantarolando meu nome em voz alta sem nenhum proposito aparente.

No fim ela disse.

– Richard é um nome muito longo. Você precisa de um nome mais sexy. Chamativo, provocante.

Chamativo, provocante? Eu sou sexy afinal?

Meus olhos estavam arregalados quando ela finalmente pareceu ter uma inspiração.

– Já sei – ela disse, estalando os dedos. – Seu novo nome, ou quase novo, será Rich.

– Rich? – Pronunciei a abreviação do meu nome com estranheza.

– Não! Você precisa pronuncia-lo de uma maneira diferente. Diga comigo com convicção. RICH e de
novo, RICH.

O nome pareceu se ajustar no novo eu. Mas ainda era estranho, estranhamente novo.

– Agora próxima etapa. Tire as roupas.

– O quê? – Fitei-a incrédulo.

– Tirei as roupas. – Repetiu ela, calmamente.

Eu obedeci e tirei as roupas.Ela arregalou os olhos por um momento e depois disse:

- Enfim... vamos ao trabalho!



Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
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