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OS MUROS INVISÍVEIS
DIRCEU DETROZ

E lá se vão vinte e cinco anos da queda do Muro de Berlin. Como o tempo passa. São nestas datas comemorativas que percebemos o quanto envelhecemos rapidamente. Ainda bem, que não notamos a velocidade do tempo no dia a dia. Em ocasiões assim, costumo calcular e pensar comigo mesmo: Nossa! Eu tinta tal idade.

É quase uma comédia imaginar um muro dividindo Capitalismo e Comunismo. O mundo ainda acreditar nesta História. A construção do muro foi consequência do espólio que marcou o fim da 2ª Guerra Mundial, transformado depois em “Guerra Fria”. E vimos americanos e russos disputando até uma chegada à Lua. Tipo seriado pastelão.

Mikhail Gorbachev, o personagem central dos acontecimentos que culminaram na queda do muro, (a Igreja Católica preferiu o anonimato), enfatizou na semana passada, que a Ucrânia poderá ser a responsável pelo reinicio da Guerra Fria. Será que ela realmente terminou? E um muro seria reconstruído?

Fato é que os russos nunca engoliram a queda do seu império. Não é como beber vodca. Mesmo porque, o embate “Capitalismo versus Comunismo”, sempre serviu de fachada para algo maior. O poder sempre esteve e está no princípio de tudo. Putin sabe que do protagonismo vem o poder. Ele quer o seu. Daí a Ucrânia ser vital para um recomeço.

É fácil derrubar muros de tijolos. Bastam alguns martelos e picaretas. Vinte e cinco anos depois ainda existem perguntas. Além da reunificação alemã, quais outras mudanças à queda do muro trouxeram para o mundo? Avançamos ou retrocedemos como Humanidade? O salto tecnológico não pode motivar as respostas.

A resposta é mais simples do que parece. Não existem martelos e picaretas capazes de derrubar os muros invisíveis que a Raça Humana constrói para manter de pé as sociedades que escravizam as pessoas. Eles também podem ser comparados a currais.

No Brasil, um exemplo claro de muro invisível aconteceu há três semanas com a reeleição de Dilma Rousseff. De repente, ficou a impressão que o nordeste foi aleijado do país. E se os brasileiros levantaram esse muro entre “pobres e ricos”, a culpa maior fica por conta de Dilma e Aécio. Ou seja, do poder. O topo da pirâmide social.

Infelizmente existem centenas de outros muros invisíveis que criamos diariamente. Teoricamente a explicação seria uma espécie de autoproteção. Do Muro de Berlin, quem tentasse escapar, era sumariamente metralhado sem piedade. Dos nossos muros invisíveis também metralhamos. Usando como arma a nossa hipocrisia sórdida.

Temo que a evolução não vá nos salvar das sociedades e dos muros. Nem da hipocrisia cada vez mais venenosa. É desse alimento venenoso que o poder se alimenta. Ele é voraz. No fim, talvez, nem construamos muros. Somos meros tijolinhos manipulados.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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