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Reflexões Sobre O Conceito de Valor Próprio
John Piper

Por John Piper

O que o termo "valor próprio" significa para você?

Significa primeiramente um esforço humanístico para resolver problemas do homem para ajudá-lo a ter paz consigo mesmo de tal maneira que ele pare de se desagradar de qualquer coisa que ele realmente é. Uma vez que isto é o significado popular do termo na nossa sociedade, eu penso não ser lucrativo usá-lo e eu oponho a ele uma antropologia centrada em Deus que almeja preservar uma adequada e profunda apreciação da misericórdia de Deus.
Mas se sou forçado em certos textos como Mateus 6:26 (Lucas 12:24): "Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?". Vou usar a palavra valor ou dignidade e definir assim: o homem é valioso porque é criado a imagem de Deus e isso é, portanto, uma expressão da glória de Deus. Humanos tem valor pois, diferente de todos animais, tem um único potencial para conscientemente honrar a Deus por meio de agradecê-lo e confiar apenas na sua misericórdia.
Qual é o teu conceito de depravação humana ?
Eu acredito que o homem sem a obra regeneradora de Deus é totalmente depravado. Isto é, ele é incapaz de qualquer ato santo ou pensamento santo. Romanos 14:23 diz: "...tudo o que não provém de fé é pecado.". Portanto, o não crente apenas peca, mesmo se ele dá todos os seus bens para alimentar os pobres e ser corpo para ser queimado (1 Coríntios 13:3). Razão: bondade, valor, dignidade, etc, só podem ser adequadamente definidos de modo final com referência ao que honra a Deus. Coisas feitas sem referência a Deus e sem confiança na sua misericórdia não são boas. " Não há quem faça o bem, não há nem um sequer." (Romanos 3:12)
O que significa que o homem é a imagem de Deus ?
A imago dei tem a ver com o homem que dá a ele o potencial de ser amado redentivamente por Deus e a conscientemente depender em gratidão da misericórdia de Deus. É citado em referência a não crentes apenas em Gênesis 9:6 (para justificar pena de morte) e Tiago 3:9 (onde a implicação é que não devemos amaldiçoar o ser humano). Não é um conceito importante para os escritores das Escrituras, pois eles não estavam muito preocupados como a nossa era com o que é inerente ao homem. Eles estavam preocupados não com o que o homem era mas sim a quem ele amava, obedecia, para quem vivia. O homem era completamente homem não quando ele preenchia ou expandia algo inerente a ele mesmo mas quando ele parava de fazer alegações para si mesmo e refugiava-se em Deus.
Qual o significado que autoaceitação deveria ter para o crente ?
A noção bíblica mais próxima que posso pensar de autoaceitação são frases de Paulo em que ele pode se contentar em todas circunstâncias e que deveríamos nos alegrar sempre. Na esfera não moral de aparências, saúde, riqueza, prestígio, etc, o povo de Deus deveria ser contente (Hebreus 13:5-6) e o motivo específico para este contentamento é a promessa: "porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei....que me poderá fazer o homem?" Na esfera moral do caráter, ou seja, quão paciente, humilde, amável, generoso, gentil, diligente nós somos, eu não vejo espaço para autoaceitação até que sejamos mudados à imagem de Jesus.
Nossa alegria nessa esfera vem não da autoaceitação, mas do nosso intenso senso de misericórdia de Deus aceitando-nos em sua comunhão. É errado dizer: se Deus me aceita, eu deveria me aceitar. Pois Deus é contra nós em nosso pecado e por nós apenas em Cristo. Nós deveríamos detestar nossa parte pecaminosa e magnificar a misericórdia de Cristo na qual sozinha nós temos aceitação e alegria indescritível.
John Murray, em seu excelente livro, Redenção Consumada e Aplicada, faz estas observações apontadas:
Certamente quanto mais santificada a pessoa, quanto mais conformada ela é a imagem de seu Salvador, mais ela deverá se afastar de qualquer falta de conformidade com a santidade de Deus. Quanto mais profunda sua apreensão da majestade de Deus, quanto maior a intensidade do seu amor a Deus, quanto mais persistente seu anseio pela obtenção do preço do alto chamado de Deus em Cristo Jesus, mais consciente ela será da gravidade do pecado que permanece nela e mais aguda sua repulsa do mesmo. (145)
Qual é o teu conceito de homem?
O homem é uma criatura que tem corpo (diferentemente dos anjos), o qual Deus criou para refletir a glória própria de Deus por meio do pensar, sentir e agir de um modo que se molda alguém que é completamente dependente de Deus para tudo. O homem deixa de ser completamente homem quando ele não anda na fé, ou seja, quando ele não glorifica Deus com uma vida de confiança em Deus.
Isso é o motivo pelo qual é quase impossível para mim usar o termo humanismo, uma vez que o único humanismo verdadeiro é teocêntrico e, portanto, não é humanismo no sentido usual da palavra.
Como o teu conceito de homem reflete o teu conceito de Deus?
Deus é o primeiro e melhor de todos os seres, eterno e infinito em justiça, poder, sabedoria, amor. Na perfeita e inefável comunhão da Trindade, Ele é o mais alegre de todos os seres. É precisamente sua infinita plenitude que origina a criação e a redenção. Ele não pode ser aumentado mas apenas transbordar e, portanto, todos seus caminhos são justos e benignos (Salmos 145:17). A natureza do homem, então, é que seu ser é fruto de misericórdia uma vez que nada disso o pertence. O ser humano deveria se realizar em contentamento alegre no amor verdadeiro de Deus.
Dado este conceito, o que dirias para um estudante preocupado com o sua lacuna de valor próprio? E aquela pessoa que é mantida de funcionar como deveria por causa de seu real ou imaginado "pé torto"?
Se é um "pé torto" imaginado, você despedaça a imaginação de tal modo que a pessoa tem uma verdadeira autoavaliação. Se eles são bons em matemática e pensam que são ruins, você pode mostrar a eles a evidência do talento dado por Deus e insistir que eles parem de profanar o dom Dele por agir como se o dom não existisse. Dessa maneira, você corrige o equívoco deles e foca sua atenção em Deus e transforma seus deveres no uso gratificante de seu dom.
Se é um "pé torto" real, você os separa em moral e em não moral.
Com o não moral você insiste para que eles sejam contentes, por causa das promessas de Deus de nos dar um bom futuro. (Salmos 23:6; Jeremias 32:40-42; Romanos 8:28).
Com o "pé torto" moral (ou seja, pecado) você não deseja que eles fiquem contentes e você aprova o senso de culpa e insiste quem eles confessem e mudem, direcionando-os para a confiança e alegria do perdão misericordioso de Deus. (1 João 1:9).
Como ajudar um estudante a atingir autoconhecimento genuíno ?
Uma vez que o coração é enganoso acima de tudo, ninguém deve ser deixado à mera introspecção. E em última análise, verdadeiro autoconhecimento só pode vir por revelação divina. Meus próprios recursos para auxiliar o autoconhecimento são, portanto, auxiliar o conhecimento de Deus, isto é, ensinar teologia e exegese bíblica e tentar fazer isto de tal modo que a realidade de Deus realmente se aplique no coração dos estudantes, e na mente também, revelando seus pensamentos e atitudes escondidos.
Como os estudantes se tornam contentes de tal modo que eles se tornam livres para os outros ?
A forma pela qual um estudante vem a ser contente com as limitações nas quais Deus o colocou é confiando na benigna e sábia dádiva mais do que ele confia no rádio e TV, os quais dizem que ele não pode ser feliz a não ser que ele experimente X números de prazeres — fama, beleza, poder, riqueza, inteligência, etc. Ficar triste porque falta uma dessas coisas é uma marca de incredulidade, porque alegria e paz vem pelo acreditar que Deus está criando um futuro melhor que qualquer programa de TV poderia criar.
Portanto, o caminho para o contentamento é apenas pela fé: "E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer (Romanos 15:13) Quando nós estamos em paz, estamos em uma posição onde não temos que "procurar os próprios interesses" (1 Coríntios 13:5); assim, estamos em uma posição para amar. (Veja a relação entre esperança e amor em Colossense 1:4-5).


Este texto é administrado por: Silvio Dutra
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