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A DEGRADAÇÃO DOS MANANCIAIS DE CURITIBA
MANANCIAIS
Ismael Monteiro

Resumo:
Retrospecto da situação dos rios de Curitiba.

ARTIGO: A DEGRADAÇÃO DOS MANANCIAS DA
REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA


RESUMO

A crescente poluição da água das cabeceiras dos mananciais dos rios que abastecem Curitiba é um problema a ser enfrentado não só pelo governo como também, por todas as instituições ligadas às questões do meio ambiente e também por toda a sociedade. A preocupação com a poluição do principal manancial de abastecimento de Curitiba, o Rio Iguaçu, é um problema de extrema gravidade, cuja proporção vem se agravando rapidamente, com conseqüências desastrosas para toda a população. Em razão desses problemas, esse artigo tem como propósito, fazer uma análise da poluição dos mananciais dos rios de Curitiba, propondo soluções ao final.
Palavras-chave: poluição, mananciais, Curitiba, problema.


ABSTRACT

To growing pollution of the water of the headboards of the springs of the rivers that you/they provision Curitiba it is a problem to be faced not only for the government as well as, for all the linked institutions to the subjects of the environment and also for the whole society. The concern with the pollution of the principal spring of provisioning of Curitiba, Rio Iguaçu, is a problem of extreme gravity, whose proportion is worsening if quickly, with disastrous consequences for the whole population. In reason of those problems, that article has as purpose, to do an analysis of the pollution of the springs of the rivers of Curitiba, proposing solutions at the end.
Word-key: pollution, springs, Curitiba, problem.


1. INTRODUÇÃO
     A escassez da água que era considerada no passado como uma hipótese restrita a regiões áridas, assume uma importância estratégica em todas as regiões do mundo atualmente. Por isso, a compreensão da água como recurso natural renovável mais limitado foi reconhecida recentemente. Por outro lado, o cuidado com os recursos hídricos estão sendo comprometidos pela degradação urbana, industrial e agrícola ou por desequilíbrios ambientais resultantes do desmatamento e uso indevido do solo.
     Em razão disso, os mananciais para abastecimento público devem apresentar uma distância das cidades a serem abastecidas viável em termos econômicos sem perder de vista o equilíbrio de sua preservação. Porém, quando isso não acontece, essa proximidade apresenta um sério conflito representado pela expansão espontânea da urbanização sofre os referidos mananciais, com sua inevitável degradação. Face a esses aspectos, esse artigo tem como objetivo analisar a degradação dos mananciais da Região Metropolitana de Curitiba.

2 A DEGRADAÇÃO DOS MANANCIAIS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

     O crescimento populacional sobre mananciais gera a impermeabilização do solo, remoção florestal, aumento de lançamento direto de lixo e esgoto e a localização de aterros sanitários em mananciais. Esta pressão traz como efeitos à qualidade da água, o aumento da demanda bioquímica de oxigênio, coliformes fecais e outros contaminantes.
     Para os mananciais urbanos os problemas de lixo e esgotamento sanitário são os que mais atuam para a degradação de mananciais de abastecimento. No caso do lixo, além do lançamento direto de toneladas de lixo nos corpos d’água pelas comunidades ribeirinhas, dos 12 mil lixões existentes no Brasil, 63% situam-se na beira de rios e mananciais, demonstrando o descaso para a conservação dos recursos hídricos.
     Para DALARMI (1995) a maior ameaça a qualidade da água bruta dos mananciais reside na expansão urbana sobre suas bacias. Na Região Metropolitana de Curitiba, especificamente na Bacia do Alto Iguaçu, os rios Palmital, Irai, Iraizinho, do Meio, Piraquara, Itaqui e Pequeno estão sob ameaça permanente de degradação de suas águas pela ocupação urbana, inclusive o Rio Passaúna na face oeste da cidade. No Palmital, o grau de poluição obriga a paralização da estação em curtos períodos após o início de chuvas de grande intensidade, o que inclusive, já determinou estudos de sua exclusão futura do cenário dos mananciais de abastecimento à RMC.
     Para ANDREOLI e SOUZA (1992) a degradação dos mananciais tem sua origem na degradação ambiental, ou seja, o processo de expansão da fronteira agrícola que acontece em todo o estado visa o lucro imediato e não se preocupou com o correto manejo do solo e com isso, as formas inadequadas de preparo do solo provocaram intensos processos erosivos com a remoção da camada mais fértil e a degradação física do solo. Conseqüentemente, esta ação representa a perda do solo pela erosão e o transporte de 12.587.869 toneladas por ano de solos nas principais bacias do Paraná.
     Segundo dados do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE (2004) os rios que mais contribuem para esta cifra são os rios Ivai e Paraná que transportam, respectivamente, 2.78.300 e 8.325.504 toneladas de solo por ano.
     BRAGNOLO & ALTAGA (1990) cita que a redução da fertilidade decorrente da erosão no período 1970-1986 induziu o consumo de fertilizantes de 575%, sem reflexos na produtividade, que se manteve estável na maior parte das culturas. Estes dados demonstram que grande parte do investimento com fertilizantes acabou sendo perdido e se transformando em contaminante hídrico, nocivo aos mananciais.
     ANDREOLI (1992) menciona que, se o grau de deterioração da água bruta formais acentuado, as características de projeto das estações de tratamento tornam-se inadequadas, exigindo novos investimentos para alteração das estações ou dos pontos de captação. Além da justificativa financeira deve ser avaliada a inviabilidade de sustentação deste processo a longo prazo, além das implicações de tal prática.
     Um olhar sobre a opinião desses autores mostra que as são necessárias medidas de conservação dos mananciais, pois sua deterioração, além de causar o aumento de produtos químicos para o tratamento, apresenta reflexos diretos na qualidade da água bruta e conseqüentemente na qualidade da água tratada. Para ilustrar esta matéria, a figura 1 apresenta a poluição dos mananciais da Bacia do Alto Iguaçu. Ali pode ser vista o estado em que se encontra o principal manancial de abastecimento de água da Região Metropolitana de Curitiba.

FIGURA 1: CAPTAÇÃO DE ÁGUA DO RIO IGUAÇU - CURITIBA














     Como se observa a poluição do principal manancial de abastecimento de água da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é um problema de extrema gravidade e cuja proporção vem se agravando rapidamente, com conseqüências desastrosas para toda a população.
     A extensão urbana em direção às área de proteção ambiental na RMC é a principal ameaça de poluição dos mananciais. Os assentamentos irregulares que surgiram, a exemplo da Vila Zumbi dos Palmares, Guarituba e Jardim Alegria, fizeram com que os esgotos domésticos lançados nos mananciais prejudicassem a vazão de água de boa qualidade, por causa do alto índice de coliformes fecais, o que tem obrigado a população a consumir cada vez mais produtos químicos. ZARPELON (2000) revela que o consumo médio de produtos químicos utilizados nas estações de tratamento de água cresceu nos últimos 5 anos em mais de 200%.

CONCLUSÃO
     Tendo em vista este cenário e frente a quadro crescente de desarmonia e degradação dos mananciais de Curitiba, a educação ambiental pode ser inserida neste contexto, como um dos caminhos efetivos para a reversão dessa situação, porque é considerada mundialmente como uma grande ferramenta na preparação do ser humano para a compreensão da sustentabilidade, que só poderá ser alcançada com a revisão dos valores humanos, das atitudes éticas e dos comportamentos concretos, tanto dos seres humanos entre si, quanto destes com a natureza. Por outro lado, cumpre destacar que deve ser viabilizada a conscientização da população, para que a mesma auxilie na reversão dessa situação de poluição e com isso, será possível uma contribuição bastante importante, para a manutenção da água como recurso renovável, capaz de assegurar a sustentabilidade de seu uso para as atuais e futuras gerações.
     

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDREOLI, C.V. e SOUZA, M.L.P. Gestão ambiental por bacias hidrográficas. Rio de Janeiro: APED, 1992.

BRAGNOLO, N. & ALIAGA, J.C.A.E. Programa de desenvolvimento rural do Paraná: subprograma de manejo e conservação do solo e controle da poluição. In: Congresso Sul Americano de Bacias Hidrográficas. Chile: 1990.

DALARMI, O. Utilização futura dos recursos hídricos da Região Metropolitana de Curitiba. Curitiba: Sanare, v. 4, n. 4, 1995.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA (DNAEE) – Disponível em www.dnaee.gov.br Acesso em 12/mar/2004.

FIGUEIREDO, V.A. Conflitos relativos ao uso da água. Brasília: MMA; SRH; ABEAS, UFV, 1997.

GABARDO, João Carlos. Preservação de mananciais: uma proposta para integração de ações. Curitiba: Sanare, v. 7, n. 7, 1995.

ZARPELON, Agenor. A poluição dos mananciais da Bacia do Alto Iguaçu. In: Planeta Água n. 17. Curitiba: Sanepar, 2000.


     


Biografia:
Sou pesquisador científico há vários anos e possuo conhecimento sobre diversas áreas.
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