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Ave Ferida
Maria

E lá vai a ave
Abatida em vôo
Quebradas suas asas
Arrancadas as penas
Amarrado seu grito
Assim vai a ave
Triste a vagar.

De vôo errante
Caminho incerto
Vai desvairada
A procura do ninho
Que foi destruído
Pelas garras de espinhos
De feroz predador.

E assim vai a ave
Cada dia mais só,
Sem saber o que sente
Chega até me dar dó.

- Voa, voa ave!
Abre as asas e voa!
Lute!
E torne a lutar!
Não se deixe levar
Não vá se entregar.

Mas seu grito de angústia
Ecoa em meu peito
Sinto sua agonia
Seu desespero
E a lágrima
A rolar.

- Já não tenho mais asas
Nem sei mais voar,
Tento erguer-me
Às alturas,
Mas não chego lá.

Trago nos pés
As feridas,
De chagas mortais,
Vôo azul não tem mais,
Pois em meu coração,
Cravaram a jarda,
Do algoz opressor.

- Venha ave,
Toma a mão
Que te estendo
Sou teu socorro,
Pousa o pé
Em meu ombro
Para teu ninho
Eu vou te levar.

- Não, não,
Deixe-me aqui à morrer,
Bem só a chorar,
Pois perdi o meu ninho,
Não sei mais onde,
Meu ninho achar.

Meu lar desmoronou
O vento levou.
Meu corpo arde em febre
Me sinto doente
Minha alma demente
Queima num fogaréu.

- Voa ave,
Voa,
Sobe ao céu
Vaga às alturas
Lá é teu mundo
No universo de amar.

Conquistas te aguardam,
Foste feita com asas,
Pra os céus alcançar!

- Tu não sabes
Nem vais entender,
Que meu corpo, meu ser,
Jaz nas cinzas moribundo,
Em terror produndo,
Sem lugar prá pousar.

E vacilante,
Com asas inúteis,
O mundo, as nuvens,
A lua, o sol,
Já tentei alçar,
De nada adianta,
Não sei mais planar.

Minha alma,
Se encontra ferida,
Abatido o espírito,
Pelo veneno
Da jarda vil,
Atirada por caçador,
Cruel e senil.

Minha dor rasga o peito,
Os pés pesam tal chumbo,
Estou doente febril,
E o meu ninho desfeito
Jogado ao vento
Como posso voar?

- Ave ferida,
Dou-te guarida
Vem, ergue a face
Ao azul infinito,
Que cobre o vale
E a montanha,
Contempla o lago dourado,
Onde está o soldado
Esperando o condor.


Veja,
A beleza das trilhas.
Ouves,
A voz da canção
Que ao mar às vagas briga.
Veja o brilho da lua
Que lume à noite
De breu de chorar.

Seca tuas asas ao sol
E deixa o calor
Tua alma tocar.

Vem!
O sol sara feridas.
E dos teus pés
Vai o peso aliviar.

Por isso flutua,
Nas asas do vento
Vais ver,
Ainda podes voar!

E assim a ave
Sofrida, dorida,
Pelo sol curada,
Para o azul do infinito,
Seus olhos voltou.

Abriu asas,
Levantou,
Das cinzas voltou-se,
Ergueu-se mesmo em dor.

E ouve-se o grito
Da ave a dizer:
- Para o alto voarei sem temor!

E a ave ainda fraca,
De pálida tez,
Com o corpo febril,
Mas de espírito
E alma a cantar,
Alçou vôo ainda tonto,
De trôpego andar.
E para o azul das montanhas,
E campos celestes,
Com força, com vida,
Voltou a voar!

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