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Jasmine
Bo Borgat

Querida irmã,

Venho lhe contar o maior de todos os acontecimentos que ocorreu noite passada aqui em nossa pequena cidade. Fui convidada para o baile dos Albuquerque. Sem mais detalhes insignificantes, já que conhece nossa vizinhança, irei direto ao que nos interessa.

Jasmine, eu o encontrei! Não se anime demais, guardo o melhor para o final. O salão estava movimento e desiste de sua chegada, já que fui convidada pelo filho do anfitrião três vezes para a dança. Um horror de homem, não me deixou descansar os pés nem só uma única vez. Por isso não percebi sua chegada.

Irmã, ele permaneceu a me observar por intermináveis minutos, que pude sentir o calor de seus pensamentos em minhas pálpebras. E não me pergunte, pois não lhe direi, apenas confesso que me vale a pena proteger os meus lábios do sorriso que lhes brota.

Ficamos sozinhos no momento da despedida. Papai seguiu para o escritório da casa, afim de pegar o caderno da contabilidade, e mamãe mais Lúcia, não resistiram ao convite da Dona Maria, que queria mostrar sua coleção de panos da costa. Irmã! Clamo-lhe por solidariedade, tenha um pouco de compreensão para o que lhe direi. Não pense mal de sua pobre irmã, eu me deixei levar pela paixão e não resistiu ao pedido de Don Guilherme. Um beijo.

As velas usadas para clarear o corredor já se apagavam, e um fio de luz brotava de uma porta ao fundo. Eu sabia que viria, então esperei nervosa, e mesmo sabendo que se encontrava ao meu lado não o encarei. Sim, sei e me recordo de tudo de mal que já falei sobre sua índole. Mas algo em seu modo me atrai, e eu perco o que mais tenho de valor, meu orgulho. E agora a incerteza me toma, e sinto vergonha do que fiz. Não que me preocupe com o que dirão, ou se alguém espreitava na penumbra nós dois.

Estou morta de vergonha irmã. Toda a incerteza do ato me aflige, mas não se engane, não me arrependo. Tenho vergonha de mim. As incertezas me pertencem e são minhas. Preocupo-me com meus pensamentos e o pior e mais doloroso, anseio em reencontrá-lo. Pois a única certeza que alimento em meu peito é que agora não apenas o odeio, mas o amo. E grito através dessa simples, mas intima carta, que não durmo mais uma noite sem pensar no infiel e indigno Don Guilherme que me roubou o orgulho e mudou meu ser.


Este texto é administrado por: Mila Tuane
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