Com o chicote na mão,
tem gente ordenando
a seus vassalos trombeteiros
para entrar em ação,
e convencer, com rapidez,
as turbas ansiosas por ver e ouvir
o que lhes convém e lhes interessa,
nem que seja apenas desta vez.
'E la nave va',
com os parasitas bajuladores,
os demagogos velhacos e charlatães,
sob aplausos de claque ensaiada
na corrupção revelada pelas ações
de traidores e fanfarrões.
'E la nave va',
com cheiro de mofo impregnado
no piso, nas paredes e no forro,
como circo mambembe,
ou carro de boi com roda quebrada
subindo o morro.
As víboras rastejam,
entre os outros animais,
e dão seus botes
ao sentirem-se ameaçadas
por qualquer um deles,
ou pelos demais.
'E la nave va',
Mas há quem tenha náusea,
ou pelo menos sinta-se aviltado,
quem não suporte ofensas gratuitas,
nem se comporta como um simples condenado.
'E la nave va',
Nas filas de remadores vou,
e eis os fatos,
ouço aqui o sibilar dos ventos
e o estalir dos remos
e vejo o navio cheio
de capachos e gaiatos.
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Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
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