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A Construção do Gesto
Tânia Du Bois

Na construção do gesto temos a representação do pedreiro como fonte primordial da vitalidade em quem podemos acreditar como possibilidades da importância das mãos.

“Tenho a terra sob as unhas / o que seria meu / e de todos...// - o que seria se a terra estivesse / sob as unhas // a as mãos calejadas” (Pedro Du Bois)

Na música, Chico Buarque homenageia o pedreiro como motivo do mais legítimo orgulho do povo brasileiro, qualificando o seu trabalho com as composições Pedro Pedreiro e Construção.

“... Pedro pedreiro espera o carnaval / Esperando , esperando, esperando o sol // Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem / Pedro pedreiro penseiro esperando o trem / Manhã parede, carece de esperar também / Pedro não sabe
mas talvez no fundo espere alguma coisa mais linda do mundo...”

A letra dessa música, na verdade é muitas vezes peça de ficção, mas também é categórica na identificação do gesto quando a versão se mistura à vida. Em vez de discursos há uma composição que se faz notória e engrandece a profissão do pedreiro como ato social.

“...Subiu a construção como se fosse máquina / Ergueu no patamar quatro paredes sólidas / Tijolo por tijolo num desenho mágico / Seus olhos embotados de cimento
e lágrima / Sentou para descansar como se fosse sábado...” (Chico Buarque)

O pedreiro trabalha em ritmo de muita exigência e prazos: início e término da obra. Ele é peça principal no jogo de montar. Sua prática e visão são estratégicas para obter o caminho até o resultado, e encontrar a satisfação do trabalho feito pela conquista das mãos. O mérito é o processo, e a prática é o resultado da busca do reflexo na sociedade para a valorização da profissão.

“...Subiu na construção como se fosse sólido / Ergue no patamar quatro
paredes mágicas / Tijolo por tijolo num desenho lógico / Seus olhos embotados
de cimento e tráfego / Sentou prá descansar como se fosse um príncipe...”
(Chico Buarque)

Ao pedreiro faço reverências, pela capacidade de sobreviver aos desafios gerados pela construção que, ao ser vivenciada, revela o gesto. Trata-se na verdade do reconhecimento por acreditar no seu esforço e pela contribuição que traz para a sociedade, onde desempenha o papel importante de ter a construção como gesto.


“Bastam as mãos ...// saber que o pó entranha a pele...//
sem enfeites bastam as mãos / repousando sobre a obra.” (Pedro Du Bois)



Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
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