Neste livro, o autor Alexandru Solomon procura captar em breves flashes o que a vida tem de inesperado e surpreendente nesse voo rasante, saindo de uma fictícia Balivérnia a caminho de Bucareste. Recheado de contos e crônicas de leitura agradável, faz uma viagem pelo mundo das palavras e vai ao encontro com o cotidiano do leitor. De linguagem muito acessível e divertida, mapeia um universo sem fim. Principalmente o país em que vivemos. Considerado como autor de palavras corrosivas, em sua narrativa, por exemplo, está a facécia, a pilhéria, a chiste. E por que não dizer a anedota ou a piada do tipo que faz a gente rir e até se atirar ao chão pela descontração com que decifra os cenários e os personagens – mesmo se fictícios perto daqueles que vão se encorpando através das experiências dos anos vividos.
Bucareste, portanto, é para ser conferido de perto e experimentado várias vezes ao dia como forma de relaxamento para as peças que a vida nos prega. Sua leitura também às vezes pode virar um verdadeiro caleidoscópio do nosso tempo-política, economia, a visão da História e por aí afora.
Detalhe: Vale lembrar ainda a galhofa, a malícia no lidar com as palavras invejáveis com o que retrata nosso cotidiano. Afinal, o livro nunca deixa de ser um espelho de nossas almas que se confronta muita vezes com aquilo a que realmente gostaríamos de ter dado vida, permanecendo no imaginário, para sair no vasto mundo. E Alexandru Solomon sabe perfeitamente como lidar com isso.
Como ele próprio diz ´´um autor de contos humorísticos não é necessariamente engraçado no seu cotidiano, um poeta romântico pode não ser aquele indivíduo definhando ao ser consumido pela voragem de uma chama cujo nome é um ser amado, existente ou não". Um autor ´ousado` não é, necessariamente, um devasso. Quanto às ´ousadias`, com o tempo, aquilo que poderia parecer chocante, tempos atrás, pode parecer de uma ingenuidade total para atuais ou futuros leitores.
Um conselho: Desfrutem!

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