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nos amores da alma errante,
cheios de dor e gemido,
lembremos que o diamante
já foi carvão esquecido.
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amor é um deus encantado
vivendo em mudo gemido:
de tanto ser bem canto
é quase nunca sentido.
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o destino força laços
na ironia da paixão
pois fiquei sempre em teus braços,
jamais em teu coração.
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amor livre de ilusões
é gigante sempre mudo
fazendo revoluções
no silêncio que diz tudo.
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no tempo presente entendo
o teu silêncio de prece:
quem ama vive esquecendo
o que a paixão nunca esquece.
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dói ver que meu corpo amado,
após tamanha aventura,
vai desfazer-se, coitado,
nas cinzas da sepultura.
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fisgado por um encanto
não vi que me restaria
grandioso mar de pranto
em ondas de fantasia.
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não te esqueças, ó ternura,
ao te afastares em vão,
que a chuva pode ser pura
mas cairá sob o chão.
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ao fim de nossa aliança
inda sei, minha paixão,
receber tua vingança
com quatro versos na mão.
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Biografia: Carlos Roberto Fernandes, nascido em Uberaba-MG, a 24 de maio de 1962; graduou-se em Enfermagem pela UFTM; fez mestrado em Enfermagem pela UFMG. Em 1994 mudou-se para Belo Horizonte e em 2008 radicou-se no Espírito Santo.
Poeta, trovador, escritor tem publicado poesia e prosa no seu site pessoal (www.carlosfernandes.prosaeverso.net)
Foi membro da UBT, Delegacia Uberaba-MG, junto à poetisa Eva Reis.
Desde 2007 suas publicações em livro estão na área científica: Violência Moral na Enfermagem (AB Editora, de Goiânia) e Fundamentos do Processo Saúde-Doença-Cuidado (Editora Águia Dourada, Rio de Janeiro) são seus dois últimos livros.
Em 2008 participou da "3a. Antologia Poética-Literária edição histórica - AVBL", publicando trovas e sonetos de sua autoria. |