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Oração-urgente para Nossa Senhora da Cabeça. |
Solineide Maria de Oliveira |
Nossa Senhora da Cabeça, faz uma faxina das boas na minha.
Vai tirando aos poucos as teias que se formaram, de pensamentos errados, sobre sentimentos imperfeitos.
Retira as lembranças muito ocas, de pessoas que apareceram em causa própria.
Nem sei se tenho mesmo algo pra dar. Mas alguns levaram até o que eu não tinha.
Por isso minha Santa, hoje rogo, venha assear minha cabeça urgentemente.
E peço assim, com pressa, porque minha cabeça está doendo desde ontem. Poderia dizer desde sempre? Sim, poderia dizer, porque nascer dá nisso, uma dor de cabeça entre fazer e não fazer, ser e não ser.
Aquele escritor estava certo em ter dúvidas, porque as respostas não respondem, são fracas.
São panorâmicas, igual a um texto que li outro dia, de um escritor de teoria. Eles vão e voltam (alguns) e ficam no mesmo lugar, é incrível como sabem fazer tal manobra e a gente, quando é incauto, pensa que eles estão dizendo coisas interessantes... Qual nada.
Mas Nossa Senhora da Cabeça, peço com toda a sinceridade venha depressa! Ultimamente venho notando que minha cabeça anda um tanto poluída.
São tantas coisas que já devia ter esquecido; tantas pessoas que reaparecem na caixa de mensagem...
Dessas que quando vão me deixam um vão na alma. E estas sempre vêm para não ficar.
Vem e me levam, me esvaziam...
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Biografia: Solineide Maria de Oliveira nasceu em Itabuna, onde começou a escrever versos tímidos, inseguros, infantes. Da luta estudantil, herdou um pouco de coragem e seguiu escrevendo.
Em 1998, participou de muitos saraus e chás com letras como Membro do Clube dos Poetas Sul Bahia de Itabuna, quando foi convidada, por Demóstenes Almeida, poeta e amigo, a participar de uma antologia de dez poetas grapiúnas que levou o nome de Antologia dos Dez. Dois anos mais tarde, participou da Antologia dos Poetas Vivos, com organização de outro poetamigo, Donaciano Macedo.
Em São Paulo, onde viveu sete anos, participou das edições da Antologia Caleidoscópio de 2004, 2005 e 2007 pela Editora Olho D’água. Conheceu o Professor Dr. Gabriel Perissé, naquela época, Coordenador do Projeto Mosaico Escola de Escritores, numa casa na Vila Madalena, ainda em São Paulo. Ele se torna um incentivador querido do seu fazer poético. Nas reuniões que aconteciam às terças e quintas-feiras, regadas com literatura e amizade, conhece poetas-pessoas que permanecerão em sua vida: Antônio Draetta, Deise Assumpção, Paula Faraone, Simone Paulino e outros.
Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz.
Seu livro mais recente chama-se ALI LONGE NO MAR, lançado pela Editora Scortecci (de São Paulo).
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Publicações de número 21 até 22 de um total de 22.
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