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DORME EM PAZ MEU DEFUNTO
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Manoel Messias Belizario Neto

“A pior morte é viver numa alegoria de inferno. Vê-se o chão abaixo dos pés, mas não se sente. Visão através. O pior defunto não é aquele apodrecido à lage rasa de cova clara não. Mas aquele morto-vivo. Fruta-passa fora de tempo. Sonho utópico acordado. Sinal divino decifrado. Ai se perde. Ai, o mundo em volta calado. Enfarado. Rendido.”                                                
                                                                                                        (cantiga de roda)


                         DORME EM PAZ MEU DEFUNTO

Ai de mim, morte salutar, por ter-te adotado por viver. Ai daqueles que fazem dos dias, esperas infindáveis dos derradeiros. Momentos cansativos.
Ai do defunto-morto-vivo. Morto suicidado por razões de todos conhecida. Ele e sua legião não mais saem às noites como fazia vários defuntos-vivos, uma geração anterior, morta em batalhas ideológicas tribais que resultou em tese sem síntese ou antítese, ou em nenhum nada.
Ai, defunto-morto-vivo, defunto-morto. Quem dera a coragem... quem dera! Escalar um prédio consumista,      quinto, sexto, décimo...ai, o vôo num silêncio já tão conhecido do Anjo Augusto e de todos os anjos. E que anjos? Falta a coragem, inimiga-mór da covardia. Falta o concreto derivado do abstrato.
Vai. Definha, defunto meu. Definha defunto nosso de cada dia. Calcula cada tapuru do banquete funeral. Ir à lua não é mais fácil. Bajula tua lápide sepulcral com a mais falsa inspiração romântica. Ou lança tuas cinzas ao céu onde cada farelo será dividido em anos-luz de farelinhos cada qual numa modalidade díspar de inferno, na tentação de reproduzir o que passaste, defunto-defunto.

Ele não tem culpa.
Quem tem culpa?
Todos têm culpa...
Ninguém tem culpa.

MORAL DA HISTÓRIA: As universidades são cemitérios intelectuais. Refugiam as mais diversas massas luxuosas defuntas. Fogem para cá sem resposta. E definham nas conclusões filosóficas tesas. E se calam. E se assentam na poeira mórbida do caos. Que é moda. Ai o caos. Val sonhada por todo defunto-vivo que ainda sonha. O que não é o caso do defunto-morto-vivo.
(Autor: Já Morreu)

Autor: Manoel Messias Belizario Neto
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