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Nasce uma dupla
Rafael da Silva Claro



Reinaldo Azevedo é um fenômeno. Na fase mais rigorosa do lockdown, o jornalista conseguiu comercializar sua credibilidade. A entrevista com Luiz Inácio Lula da Silva foi o derradeiro degrau na degradação do que sobrava na sua, digamos, honestidade jornalística.

É muita generosidade eu dizer que ele ainda tinha alguma credibilidade. Quando Azevedo iniciou na Jovem Pan, com Os Pingos Nos Is, eu me entusiasmei e não perdia um. Demonstrando moralidade, ele dizia aquilo que queríamos gritar, era a nossa indignação alcançando alto-falantes.

No entanto, o auto-intitulado Tio Rei começou a mudar, perdendo o reinado. Mudar e irritar. Essa mudança coincidiu com as investigações chegando no PSDB. Além disso, a irmã de Aécio Neves foi presa e descobriu-se uma linda amizade entre ambos. Tudo o que Reinaldo Azevedo falava e quem apoiava era incoerente com as antigas críticas. O ouvinte ficou irritado com as críticas de ocasião, e o jornalista batia boca com os ouvintes no ar, a quem chamava de “direita xucra”. Batalha perdida, não se responde a xingamentos de Twitter.

Numa atitude desesperada e suicida, ele arriscou entrevistar Lula. Não adianta o jornalista tentar mudar de plateia: ele sempre foi odiado pela esquerda, hoje também é desprezado pela direita. Deu um nó no “bomsensômetro”, ver aquele que se julgava culto bajulando Lula — que ele mesmo chamava de Apedeuta (sem instrução) e Petralha (apócope de petista com Irmãos   Metralha), entre outros desairosos adjetivos.

O dia 1º de Abril foi celebrado em grande estilo. Lula tem um repertório vasto de mentiras e décadas de prática, mas Tio Rei acrescentou estilo e técnica. Transformou o embuste em arte, mas cada músculo de sua face entregou o constrangimento. Apesar de tudo, nasce uma dupla.

A amizade foi refeita, o acordo pré-entrevista deve ter sido favorável a todos. Como sabemos, o ex-presidiário só concede entrevista aos amigos, então consideremos Reinaldo Azevedo seu mais novo velho amigo de infância. É o preço da ocasião. Esse tipo de aproximação mostra a que nível desceu o Jornalismo e que a politicagem e a bajulação extrapolaram os corredores de Brasília.

Reinaldo Azevedo trocou a peremptoriedade de suas opiniões por visualizações, cliques e talvez alguns joinhas. Essa foi uma das poucas entrevistas em que é revelado mais do entrevistador que do entrevistado. Em pleno lockdown, o jornalista negociou o que restava de sua credibilidade.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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