Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Corinthians X Palmeiras
Rafael da Silva Claro


Atenção: o primeiro parágrafo deste texto contém ironia, muita ironia.

Corinthians e Palmeiras vão se enfrentar novamente. Em clima de paz e democracia. Não sei se isso é o novo normal (antigo anormal) tão propalado durante a pandemia, ou é a futurologia de boteco “tudo vai ficar bem”. E não é que tudo ficou bem! Antes, os grupos antagonistas iam de encontro; agora, aliados, vão ao encontro. O Derby, que já foi motivo de tensão, tornou-se a festa da democracia. “Vai morrer”, “o pau vai quebrar”, essas ameaças ficaram para trás. Agora, eles contemplam a partida, gentilmente, lado a lado. É, praticamente, a paz mundial.

A “lacrolândia”, a imprensa enviesada e a crônica esportiva -que conhece muito bem o intuito e o comportamento das torcidas organizadas- caíram (ou fingiram cair) nessa. Para começar, achar que aquela marcha de facções era realmente “Pela Democracia”, só mesmo quem teve o cérebro liquefeito pelo coronavírus. Houve, também, quem tentou emplacar a narrativa (mentira) de que as máscaras que as facções usavam eram proteção em vez de disfarce. Teve quem falou “os torcedores estão politizados”, e um jornalista esportivo que arriscou, pra ver se colava, relativizando: “eles, até, doam cestas básicas”.

Voltando para o mundo real, vamos deixar de hipocrisia. O embate, confronto, guerra terá o estádio vazio (somente com os retratos dos torcedores). “Normalmente”, o clássico teria torcida única, senão os caras se matariam.

A verdade é que com o tédio, trazido pela quarentena e a consequente interrupção do futebol, as torcidas organizadas, sem ter o que fazer ou quem espancar, resolveram brincar de manifestantes pela democracia. Vendo que isso pegou bem, deu um verniz social - àqueles que apenas eram vistos como arruaceiros- e a imprensa “passou um pano” (fingiu que acreditou), as torcidas capitalizaram as falsas manifestações como uma rara oportunidade de ressignificar sua imagem. Com esse interesse em comum, e a abstinência de jogos e porrada, os torcedores tentaram emplacar a espúria intenção. Apesar da ajuda, não colou.

Quarta-feira a disputa é sem torcida. Assim, é garantida a utopia da “paz nos estádios”. Que vença o melhor, desde que seja o Corinthians.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
Número de vezes que este texto foi lido: 52908


Outros títulos do mesmo autor

Artigos Rodízio I Rafael da Silva Claro
Artigos Rodízio II Rafael da Silva Claro
Crônicas Pesca Mortal Rafael da Silva Claro
Artigos Brasil, mostra a sua cara! Rafael da Silva Claro
Crônicas A Gata de Brotas Rafael da Silva Claro
Crônicas Futebol 0 X Covid-19 Rafael da Silva Claro
Crônicas Sopa de morcego Rafael da Silva Claro
Artigos Moro em casa Rafael da Silva Claro
Crônicas HAMLET * Rafael da Silva Claro
Artigos Fique em casa, cego, surdo, mudo e louco Rafael da Silva Claro

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 401 até 410 de um total de 419.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
ELAINE NO BOSQUE DOS URSOS FALANTES - Saulo Piva Romero 53221 Visitas
A HORTA DO ROMEU - Saulo Piva Romero 53221 Visitas
A Pressa do Cântico Negro de José Régio - João Tomaz Parreira 53221 Visitas
Um eterno jogador - Ana Mello 53221 Visitas
Infeliz, Assim - José Ernesto Kappel 53221 Visitas
AS BOTAS MÁGICAS DE GORETE - Saulo Piva Romero 53220 Visitas
Boneca de Mulher - José Ernesto Kappel 53220 Visitas
Não tenha medo - Keiti Matsubara 53220 Visitas
Resposta à uma poetisa - Aquiles Rapassi 53220 Visitas
TRAVESSA DA LAPA - DESTERRO - R.N.Rodrigues 53220 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última