O abajur era solitário, bonito, mas solitário.
Porém, ele tinha luz própria quando aceso.
Era bege, ou seja, combinava com qualquer cor.
Um dia colocaram ao seu lado uma estátua alta.
O abajur ficou contente, pois ele adorava companhia.
Mas, ela era imponente demais, o que deixava o abajur miudinho
quase sem nenhuma luz.
Então, resolveram colocar perto dele uma planta bem bonita.
O abajur ficou esperançoso de que essa seria a sua companheira ideal.
No entanto, à medida em que o abajur era aceso, sua luz prejudicava a planta,
a qual era muito delicada.
Certo dia, alguém colocou um castiçal ao seu lado.
Hã! O abajur não gostou não!
"Onde já se viu alguém querer ofuscar minha luz?!", pensou ele.
De pirraça o abajur resolveu enguiçar.
Depois de horas de concerto e tirado o castiçal, o abajur voltou à funcionar,
porém, sentindo se triste e solitário, pois nenhum objeto ornava com ele.
Até que um dia passaram com pressa por ele e deixaram ao seu lado
um lindo vaso de cacto.
Hmmm! O abajur olhou, analisou, começou a sentir simpatia por ele
e a recíproca foi verdadeira.
Pronto! Deu certo! A química bateu e quem deixou a planta lá ficou feliz,
pois percebeu o fenômeno e viu que o ambiente ficou lindo e mais agradável
com aqueles dois objetos, os quais representavam luz e vida ao mesmo tempo.
|