Durante a terceira semana de abril, presenciamos algumas pessoas confessando, ao vivo: Éramos felizes e não sabíamos. Alexandre de Moraes, Natuza Nery e Gerson Camarotti participaram dessa catarse em praça pública.
Sim, ficou claro que essa frase foi dita para convencer que as mídias sociais trouxeram infelicidade. Até entendo que os donos de empresas de comunicação eram mais felizes quando detinham o oligopólio da informação. Eleger políticos e manipular o telespectador, o leitor e o ouvinte viciou. Pois, com a democratização da notícia, o telejornal da noite só apresenta notícias velhas e as tentativas de distorção, bem como, mentiras são desmentidas. É bom lembrar, talvez mais importante: a diminuição da audiência e da receita com anúncios.
Qualquer tecnologia chega como um rolo compressor, e toda resistência só vence em ambientes ditatoriais. É legal lembrar da fita cassete, mas a música digital é muito mais prática e acessível; é bom recordar de quando íamos à locadora de filmes, mas o “streaming” é muito mais fácil.
É patético assistir aos jornalistas (funcionários) se humilhando e perdendo credibilidade, tentando frear avanços para favorecer seu patrão. Quem, querendo proibir os avanços da tecnologia, lembra que “era feliz e não sabia”, é infeliz e sabe disto, e, mais triste, deseja que outros compartilhem seu rancor.
A expectativa de alcançar a felicidade quando começar ou terminar a faculdade, casar ou separar, ficar rico, é um bom começo para nunca encontrá-la. Se não ficar atento, os momentos em que ela acontece passam despercebidos. Ela é fugaz, e quem acha que é duradoura, confunde-a com a mera bobeira.
Como consolação para essas tristes e distraídas personalidades, basta haver uma segunda vida. Neste caso, um beijo, um abraço, um pôr do sol, um gol, uma cachoeira, nada disto passará novamente sem a devida atenção. Se aproveitadas estas oportunidades, eles terão outra chance de identificar momentos de felicidade quando acontecerem.
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